terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Mais Caio

Voltemos:

"E acabava assim, de repente, ainda que não fosse absolutamente perfeito nem redondo, chovera demais nos últimos dias e havia tantos sapos pelos quintais semi-abandonados, os charcos, os poços, as minhocas retorcidas nas lamas, os plurais e a língua singular apertando tão violenta o dente contra o lábio que talvez escorresse um filete de sangue maduro sobe o branco da camisa, mas antes disso, sem efeitos, secamente, acabava assim, era uma pena, todos sentimos muitíssimo, mas que se há de fazer se acaba mesmo assim?"

Última parte de um conto sem nome. Caio 3D. O essencial da década de 70. página 164.

2 comentários:

Elaine Cuencas disse...

Um pouco menos de drama e eu curto...
um pouco menos de lágrimas e encaro...
um pouco menos de sangue e engulo...
um pouco menos de dor e suporto...

mas aí, não é verdade, não é?
aí, fica fazendo falta!
aí tudo é bege...

e não somos bege...
somos verdes
vermelhas
azuis
roxas

Um filete de sangue no canto da boca faz um bem danado!!!

então, quer saber?
Vou deixar cair!

bjs, aos seis leitores da Andréa
e um especial para ela, muito querida!

Andréa disse...

Coletando os comentários da Elaine para depois fazermos algo interessante.. porque essa escrita não pode morrer aqui.

Beijos