segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Final de "Carta dispersa à beira de um não-ser"

Amigo,
não me queiras mal porque te amo
se pensas, porque te amo, que te magoaria.
Ainda é cedo para o tempo de rudeza,
não que sejas fraco, não o és,
mas porque dóis saber que um certo tempo
permaneceu em mim como uma seta

PS Já se faz noite. Estou sozinho.
Tenho uma dor que mata, a mão vazia:
mas ainda que anoiteça, Fernando,
é certo que amanhece.

Caio F. Abreu


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