quarta-feira, 18 de maio de 2016

Poema do Caio

16 de dezembro de 1980

Amor não foi, mas invenção
pois te queria de ouro
enquanto eras de barro, águas,
tintura fria, verniz.

De ouro fui eu, o meu invento
em diamantes, rubis, águas-marinhas
engastadas no meu corpo
que nunca foi tão belo. E tão inútil.

Não sei se foi o tempo,
o vento norte, o sol impiedoso dos verões
que pouca a pouco te partiu em cacos

A chuva te desfez. Restou lama.
De mim, um brilho falso. Imitação.
Quinquilharias.


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